O Passadiço da Glória foi construído por volta do ano de 1878 para servir de elo para dois belos casarões da famosa rua da Glória, onde funcionavam um educantário e um orfanato. O passadiço era utilizado pelas alunas do colégio interno. Existe uma certa controvérsia sobre a função dessa "ponte": não se sabe com certeza se ele foi foi construído apenas para facilitar o trânsito entre os prédios ou se a função era esconder as jovens dos rapazes. Na época, os estabelecimentos eram supervisionados pelas Irmãs da Ordem de São Vicente de Paula.
A Casa da Glória serviu como lugar para hospedar personagens históricos célebres, tais como os viajantes estrangeios Auguste Saint Hilare (1817), Barão Ludwig Eschwege (1811), Georg Langsdorff (1824), J.B von Spix e Carl F. P. von Martius (1818) e Richard Burton (1867). Depois que foi estabelecido o Bispado de Diamantina, a Casa da Glória foi transformada em residência oficial de Dom João Antônio dos Santos. Por volta de 1867, o local mudou novamente de função, tornando-se o Educandário Feminino Nossa Senhora das Dores, sob a direção das religiosas vicentinas , funcionou até 1979.
O outro prédio (a casa que fica a frente e que foi ligada ao educandário em 1887, por um passadiço) foi construída em 1850, a pedido do coronel Rodrigo de Souza Reis. Segundo o Cônego Mata Machado, as madeiras utilizadas na construção foram vindas das chácaras (que já estava em ruínas)
de Chica da Silva, referência aqui a escrava alforriada que viveu uma história conturbada com o contratador da Coroa Portuguesa , João Fernandes de Oliveira Filho.
Provavelmente, a influência mais forte tenha sido a Ponte dos Suspiros, mas é possível encontrar outras construções bem semelhante a da cidade mineira de Diamantina. Por exemplo, na foto abaixo observamos a mesma estrutura arquitetônica (só que agora localizada numa cidade medieval da Espanha).
Todas as fotos by Ronaldo Campos