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terça-feira, 4 de outubro de 2011

CQC = Censura Censura Censura



Todo mundo acredita que o Brasil é uma república marcada pela igualdade. Mas, isso é pura ilusão, pois a igualdade no nosso país é juridica e não uma igualdade plena-absoluta! O que significa que somos iguais perante a lei, ou seja, nenhum de nós está acima  da lei. Mas, a mesma lei que garante um certo tipo de igualdade, define também o direito a propriedade e a diferença entre as pessoas. Somos diferentes e o nosso agir na sociedade  varia de acordo com as nossa propriedades (material e intelectual). Por mais que eu acredito no poder do sujeito de construir a própria história (de ser senhor do seu próprio destino), sei que há pessoas que têm mais poder determinam o que pode ou não ser feito. Eu não sou igual ao Luciano Huck ou ao filho do Roberto Marinho! Existe diferença sim entre as pessoas: algumas são consideradas melhores do que outras (e o "ser melhor" significa "ter mais").  Por exemplo, o cantor Roberto Carlos retirou do mercado o livro de Paulo Cesar de Araujo apenas por não ter gostado do livro. Em momento algum do processo, o cantor da jovem guarda não apresentou nenhum dado (nenhuma inverdade sobre ele) que tivesse sujado a sua imagem. Mas, como o filho de Lady Laura é o maior (o rei) do Brasil: ele faz o que quer. E o direito a liberdade de expressão! Será que esse direito existe para todos ou existiria apenas para aqueles que são bem nascidos? Não podemos ler o que queremos, não podemos escrever o que pensamos, não podemos rir e muito menos pensar!
Mas, somos persistente! E é certo que podemos até fazer algumas piadas (umas de bom gosto, outras nem tanto). Várias personalidades (ou até mesmo alguns tipos da sociedade brasileira) são alvo de tais piadas. Quem nunca riu de piadinhas de loiras, portugueses, gagos, gays, negros ou deficientes? Quem nunca riu ou contou uma piada sobre a Geyse Aruda, o Dado, a  a Bruna, surfistinha, a Angela Bismarchi, o Clodovil? Rir do outro é fácil, mas será que é possível rir de algo que para nós é tão importante? Quando tentaram fazer humor com o islamismo, lembra a confusão que isso gerou?
Por exemplo, se a piada for feita com a mulher do dono de uma rede de televisão ou com a filha de uma grande personalidade, muito bem casada e com boas relações de amizade, a situação muda de figura. Não se pode falar de certas pessoas ou de certos assuntos associados a essas mesmas pessoas. Isso em virtude do fato de que a piada (mesmo endereçada a "mulher do dono") acaba sendo vista como uma agressão ao homem (ao marido). Por exemplo, no caso do Rafinha Bastos e da quase cantora Wanessa, não foi a "neta de Francisco" que foi desrespeitada,  mas, o seu marido e os amigos de seu marido. Imagina como ficou o  Buaiz (diante de todos os seus amigos), quando o comediante disse que a mulher dele é tão bonita que "ele  comia tudo" ( = mantinha relações sexuais mesmo com ela estando grávida).  Numa sociedade machista como a nossa, imagina o mal estar ao falar dessa forma da sua mulher... Imagina que o marido não podia controlar o pensamento de outros homens sobre a sua mulher... Como não se pode controlar o que os outros estão pensando, então o marido humilhado pelo humorista utiliza os recursos que tem: o poder econômico, a informação e os contatos sociais. E, assim, ele dá o ultimato: ou o comediante é punido ou então os anunciante irão sair do ar! E assim caminha a humanidade cada vez mais alienada e censurada!


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Quem sou eu

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Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil
Graduado nos cursos de Filosofia e História pela Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FAFICH) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Mestre em Filosofia da Arte e Estética pela mesma Universidade. Atualmente sou professor assistente b do Centro Universitário de Belo Horizonte (UNI-BH). Tenho experiência na área de Filosofia, com ênfase em História e Filosofia da Arte, atuando principalmente nos seguintes temas: fundamentos filosóficos da educação, introdução ao pensamento científico e filosofia da ciência, cinema e artes visuais, aspectos formais da arte, criatividade, processo de criação, estética da formatividade de Luigi Pareyson, cultura e modernidade brasileira.