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domingo, 2 de outubro de 2011

Axé in rio

Todo ano é a mesma coisa.... Um monte de desocupados ficam dizendo o que está certo ou errado. Dessa vez, parece que a vítima é a Cláudia Leite. No melhor estilo Emilinha e Marlene, a pseudo crítica musical tem que acabar com a Cláudia para a Ivete brilhar. Por que as duas não podem brilhar... É mesmo necessário destruir totalmente o show de Cláudia Leite... para que o da Ivete fosse levado para o Olimpo da música.

Só que a loira do axé não ficou calada e resolveu botar a boca no trombone. 
Cláudia Leite disse que canta até Led Zeppelin e que cresceu ouvindo rock. Além de apresentar um show de qualidade e muito empenho. O que não ocorre com algumas das estrelas internacionais que trazem uma versão reduzida do que apresentam lá fora e ainda desrespeitam o público brasileiro com longos atrasos. Mas parece que isso não é suficiente para os puristas de plantão. Eles querem no palco do rock in rio o verdadeiro rock... Mas será que isso existe?????? E o que define esse tal de rock?????? Guitarras distorcidas, canções de protestos, três acordes, melodia cativante,  rebeldia, forte e insistente contratempo ?????? Só para começar tenho que lembrar que guitarras distorcidas ou canções de protesto pode ser encontradas até no show e no disco da Xuxa ou da Thalia!!!!!
Todos nós sambemos que o estilo ou gênero musical Rock é muito  abrangente. E desde que surgiu oficialmente em meados do século passado em terras estadunidenses há uma infinidade de  subgêneros. Quem nunca ouviu falar de  folk rock, blues-rock ,  jazz-rock, samba-rock, soft rock, glam rock, heavy metal, hard rock, rock progressivo e punk rock. Isso sem contar os gêneros como a soul music, o funk e de diversos ritmos de países latino-americanos. Ainda naquela década, o rock gerou uma série de outros subgêneros, tais como  
Se a Cláudia Leite não pode fazer um show nesse festival do Rio, quem pode então???? Quem faz o verdadeiro rock brasileiro????
Para quem não sabe a mesma pessoa que gravou o álbum Tire seu sorriso do caminho que eu quero passa com a minha dor gravou a primeira versão de Rock around the clock. A nossa primeira roqueira foi a diva da dor de cotovelo: Nora Ney (a mesma que gravou Ninguém me ama, ninguem me quer).

Esse dado serve para lembrar que no Brasil as coisas não são tão tradicionais como os detratores do show de Cláudia Leite quer. O Brasil é um lugar onde tudo praticamente foi importado. Se você quiser de fato um estilo 100% brasileiro terá que buscar no meio dos índios que aqui viveram antes de Cabral. Tudo o que nós temos foi importado da Europa, África ou Ásia. Nós tornamos esses elementos essencialmente brasileiros ao agir como os índios que "comeram" o bispo Sardinha. A antropofagia tão bem apresentada pelos modernistas nos mostra o quanto podemos transformar aquilo que não é nosso em algo tipicamente brasileiro. A Cláudia, a Ivete, a Daniela.... fazem isso divinamente. Assim, como fizeram Elis, Tim Maia, Sa e Guarabira e praticamente todos os nossos grandes artistas.

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Quem sou eu

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Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil
Graduado nos cursos de Filosofia e História pela Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FAFICH) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Mestre em Filosofia da Arte e Estética pela mesma Universidade. Atualmente sou professor assistente b do Centro Universitário de Belo Horizonte (UNI-BH). Tenho experiência na área de Filosofia, com ênfase em História e Filosofia da Arte, atuando principalmente nos seguintes temas: fundamentos filosóficos da educação, introdução ao pensamento científico e filosofia da ciência, cinema e artes visuais, aspectos formais da arte, criatividade, processo de criação, estética da formatividade de Luigi Pareyson, cultura e modernidade brasileira.