Passei todo o mês de Julho procurando uma opção que me fizesse ir ao cinema. E... nada! Parece que cinema no período de férias é dedicado exclusivamente ao público infantil e juvenil.
Mas, no dia 30 de Julho, na última sexta feira, entra em cartaz (em um único cinema) o filme "Uma Noite em 67", de Renato Terra e Ricardo Calil. Mesmo sabendo que esse filme vai ser exibido numa sala pequena e com um som sofrível, fico muito animado para vê-lo. Pois, todos sabemos que se o filme brasileiro não for bem na primeira semana, fatalmente, não conseguirá ficar muito tempo em cartaz.
Nesse mesmo dia, resolvo ver o programa global Som Brasil sobre Lupicínio Rodrigues. Inicialmente, sou tomando por um sentimento de estranhamento muito grande e me pergunto qual teria sido o critério para a escolha do grupo de interpretes...
Sei que a Globo escolhe uma cantor importante e outros que são ainda promessas (com muito talento). Mas, para homenagear o Lupicínio, a direção desse espetáculo optou por Alexandre Pires, Paulinho Moska, Thedy Correa (do Nenhum de Nós) , Eduarda Fadini, Sacha Amback. Tirando a cantora carioca, todos os outros não são especialistas em Lupicínio. Se os outros programas tinham a chancela de uma grande estrela da MPB, esperava encontrar aqui um grande interprete desse mestre. Alguns dirão que todos já morreram, eu lembro que a diva Elza Soares gravou e tornou um clássico na sua voz a música "Se acaso você chegasse". E "Nervos de aço" na voz do Paulinho da Viola! Sem esquecer da Simone cantando "Ela disse-me assim". Será que esses grandes cantores dizeram não para a rede Globo e, então, ela teve que se contentar com o Moska e o Pires?
Eu também achei estranho o cantor do grupo Nenhum de Nós transformando um samba canção em uma quase bossa nova com toques de música eletrônica. O Thedy não é a Bebel Gilberto... E o resultado ficou apenas curioso.
O Alexandre usou a sua bela voz sem nenhuma originalidade ou inovação, ficou parecendo um desses candidatos no programa de calouros do Raul Gil. O mais do mesmo.... Ou como diria a minha amiga Catharina de Oliva Salgado: O Pires é mais um diferente igual!
O que gostei, em primeiro lugar, foi do Moska que mostrou o quanto atual é a música do Lupicionio. Também amei a Eduarda Fadini. Um cantora com classe.
Entretanto, o resultado desse programa é apenas mediano. Ficou (no geral) parecendo música velha, datada...
E, mesmo sem ter vivido a Era dos Festivais, fiquei com saudades da época em que o Brasil era moderno e que a televisão tinha um programação de alto nível. Será que só verei isso no cinema?
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