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sábado, 31 de julho de 2010

O Som Brasil do dia 30 07 2010 antes de Uma noite em 67




Passei todo o mês de Julho procurando uma opção que me fizesse ir ao cinema. E... nada! Parece que cinema no período de férias é dedicado exclusivamente ao público infantil e juvenil.

Mas, no dia 30 de Julho, na última sexta feira, entra em cartaz (em um único cinema) o filme "Uma Noite em 67", de Renato Terra e Ricardo Calil. Mesmo sabendo que esse filme vai ser exibido numa sala pequena e com um som sofrível, fico muito animado para vê-lo. Pois, todos sabemos que se o filme brasileiro não for bem na primeira semana, fatalmente, não conseguirá ficar muito tempo em cartaz.

Nesse mesmo dia, resolvo ver o programa global Som Brasil sobre Lupicínio Rodrigues. Inicialmente, sou tomando por um sentimento de estranhamento muito grande e me pergunto qual teria sido o critério para a escolha do grupo de interpretes...

Sei que a Globo escolhe uma cantor importante e outros que são ainda promessas (com muito talento). Mas, para homenagear o Lupicínio, a direção desse espetáculo optou por Alexandre Pires, Paulinho Moska, Thedy Correa (do Nenhum de Nós) , Eduarda Fadini, Sacha Amback. Tirando a cantora carioca, todos os outros não são especialistas em Lupicínio. Se os outros programas tinham a chancela de uma grande estrela da MPB, esperava encontrar aqui um grande interprete desse mestre. Alguns dirão que todos já morreram, eu lembro que  a diva Elza Soares gravou e tornou um clássico na sua voz a música "Se acaso você chegasse". E "Nervos de aço" na voz do Paulinho da Viola! Sem esquecer da Simone cantando "Ela disse-me assim". Será que esses grandes cantores dizeram não para a rede Globo e, então, ela teve que se contentar com o Moska e o Pires?

Eu também achei estranho o cantor do grupo Nenhum de Nós transformando um samba canção em uma quase bossa nova com toques de música eletrônica. O Thedy não é a Bebel Gilberto... E o resultado ficou apenas curioso.

O Alexandre usou a sua bela voz sem nenhuma originalidade ou inovação, ficou parecendo um desses candidatos no programa de calouros do Raul Gil. O mais do mesmo.... Ou como diria a minha amiga Catharina de Oliva Salgado: O Pires é mais um diferente igual!

O que gostei, em primeiro lugar, foi do Moska que mostrou o quanto atual é a música do Lupicionio. Também amei a Eduarda Fadini. Um cantora com classe.

Entretanto, o resultado desse programa é apenas mediano. Ficou (no geral) parecendo música velha, datada...

E, mesmo sem ter vivido a Era dos Festivais, fiquei com saudades da época em que o Brasil era moderno e que a televisão tinha um programação de alto nível. Será que só verei isso no cinema?

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Alguams considerações acerca do conceito de Gosto

Algumas considerações acerca do conceito de Gosto


De acordo com Gadamer, a longa história do conceito de gosto - que precede a sua utilização por Kant como fundamento da Crítica da Faculdade do Juízo - permite reconhecer que originalmente o conceito de gosto é mais moral do que estético. Tal conceito descreve um ideal de humanidade autentica, e deve a sua cunhagem aos esforços por se separar criticamente do dogmatismo da escolástica. Somente bem mais tarde, o uso deste conceito se restringirá as “belas artes”. A sua origem se remonta a Baltasar Gracián que considera que o gosto sensorial contem já o germe da distinção que se realiza no julgamento espiritual das coisas. O discernimento sensível que para o gosto não é senão que já se encontra a meio caminho entre o instinto sensorial e a liberdade espiritual. O gosto sensorial se caracteriza precisamente porque com sua eleição o juízo logra por si mesmos distanciar-se com respeito as coisas que formam parte das necessidades mais urgentes da vida. Desta forma, o gosto pode ser considerado como uma primeira espiritualização da animalidade e ponto de partida da formação social; representando não somente o ideal que delineia uma nova sociedade, mas também sob o signo deste ideal (do bom gosto) se estabelece pela primeira vez o que então receberá o nome de boa sociedade. Esta se reconhece pelo fato de que acerta ao fundar-se por cima da estupidez dos interesses e da privacidade das preferências, estabelecendo a pretensão de julgar. Portanto não há dúvidas de que com o conceito de gosto esta dado uma certa referência a um modo de conhecer. Entretanto, Terceira Crítica representa a ruptura com tal tradição e também a introdução de um novo desenvolvimento na história do gosto, pois, o restringir o conceito de gosto ao âmbito, no qual, pode afirmar uma validade autônoma e independente na qualidade de princípio próprio da faculdade do juízo. A intenção transcendental (que guiou Kant) encontrou sua satisfação no fenômeno restrito do juízo sobre o gosto ( e sobre o sublime), e desprezou o conceito mais geral da experiência do gosto, assim como a atividade da faculdade de juízo estética no âmbito do direito e do costume. Isto reveste se de uma importância que não convém subestimar, uma vez que aquilo que foi desprezado é justamente o elemento no qual viviam os estudos filológicos-históricos e do que unicamente houvera podido ganhar sua auto-compreensão plena quando fundamentaram metodologicamente sob o nome de ciências do espirito junto às ciências naturais. Agora, em virtude do planejamento transcendental de Kant, fechou-se o caminho que houvera permitido reconhecer a tradição, cujo, cultivo e estudo ocupavam-se tais ciências na pretensão específica de verdade. O que Kant legitimava e queria legitimar por sua vez com a Terceira Crítica era a generalidade subjetiva do gosto estético, no qual, já não há conhecimento do objeto, e, no âmbito das belas artes, a superioridade do gênio sobre qualquer estética regulativa.(cf. Gadamer, Verdad y Metodo, p.66-74)

Quem sou eu

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Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil
Graduado nos cursos de Filosofia e História pela Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FAFICH) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Mestre em Filosofia da Arte e Estética pela mesma Universidade. Atualmente sou professor assistente b do Centro Universitário de Belo Horizonte (UNI-BH). Tenho experiência na área de Filosofia, com ênfase em História e Filosofia da Arte, atuando principalmente nos seguintes temas: fundamentos filosóficos da educação, introdução ao pensamento científico e filosofia da ciência, cinema e artes visuais, aspectos formais da arte, criatividade, processo de criação, estética da formatividade de Luigi Pareyson, cultura e modernidade brasileira.