Listas, listas e mais listas...
Essa semana eu tive que agüentar várias pessoas que falam das listas da Rolling Stones (brazuca ou gringa) como se fosse a tábua sagrada de Moises.
Uma lista é só uma relação que alguém (ou um grupo de pessoas) resolveu fazer. Se essa pessoa (ou tais seres iluminados) não tiver(em) claro os critérios para elaborar uma lista, fatalmente, farão uma relação que tem como fio condutor a mais pura subjetividade. Só que para a maioria das pessoas (e, em alguns casos, para quem faz a lista) tais listas representariam a mais pura verdade cientifica. Pois, foram elaboradas por especialistas que trabalham em órgãos altamente qualificados. E aí somos obrigados a engolir as famigeradas listas do Top Top da MTV, das revistas especializadas em músicas (como foi o caso da edição comemorativa do terceiro aniversário da Rolling Stone)...
Além das listas, somos obrigados a “seguir” o gosto subjetivo dos programadores de rádio e televisão. Será que alguém nesse mundo acredita que a repetição constante da banda Calypso ou do cantor Leonardo no Faustão é em virtude do grande sucesso desses? Ou, entao, eles não param de freqüentar os palcos globais por que são amigos do apresentador ou do programador?
Ninguém nunca se queixou da constante repetição dos mesmos artistas nas trilhas sonoras da rede Globo?
Ou seja, estamos presos a uma rede de listas: listagens infernais de lugares que você deve visitar antes de morrer... Ou aquelas malditas listas dos maiores filmes de todos os tempos, onde alguns filmes nem quem fez a lista conseguiu compreender (ou assistir sem pegar no sono)...
Eu pensei em fazer uma lista também, mas tenho certeza de que dirão que a minha lista não tem fundamento ou é muito pessoal. Afinal de contas, eu não sou um critico de um jornal famoso (como aquele senhor que escreve a coluna “Escuta aí”, da Folha de S. Paulo), nem tenho o respaldo de um Nelson Motta.
Posso não ser o editor da Rolling Stone, mas compro cds e vou a shows. Eu acho que os jornalistas não levam isto em conta, uma vez que mesmo comprando o ingresso mais caro sempre vou ter na minha frente alguma pseudo celebridade (ou um “famoso” jornalista/crítico) que ganhou o convite e toda a mordomia. Eu também não vou receber os novos cds da Maria Bethânia como uma cortesia da Biscoito Fino. Se eu quiser tenho que comprar.
Nessa crise, o que está faltando? Eu respondo: está faltando aqueles consumidores que fizeram de muitos artistas estrelas da música ou do cinema! Está faltando gente para comprar cd!
Mas a mídia parece que se esqueceu disso. Quem não se lembra daquela capa da revista Caras que colocou o show da Madonna em segundo plano para dar destaque o agito dos astros da novela “A favorita” que foram ver a Rainha do Pop. Esse destaque que falo é na foto da capa e nas reportagens: a Madonna ficou no fundo da foto e na frente os atores da Globo. Isto acontece com a gente também, nós compramos ingressos caros e ficamos atrás desses globais. Se os fãs não forem ao show esses artistas internacionais nem aparecem aqui no Brasil. Por que, entao, não fazer uma lista com o público.
Eu estou cansado de ver listas com alguns artistas que só interessam a algumas pessoas. Será que somos obrigados a gostar do que os críticos gostam.
Eu tenho algumas reportagens de alguns críticos que ainda escrevem em jornais e revistas do Brasil que apostaram em muitos artistas que não deram em nada. Eles não são infalíveis. Por saber que não possuem o dom da verdade absoluta, os tais formadores de opinião gostam de atacar o que o público ama. É só observar como a crítica é violenta quando se trata de filme estrelado por Madonna. Eu aposto que muitos críticos que detonaram o filme “Destino Insólito” nem ao menos assistiu. O que eles fizeram foi repetir o que foi dito sobre o filme. Quantas e quantas vezes lemos as mesmas observações... Será que esse senhores pensam da mesma forma? Será que um determinado filme só pode ser lido de uma única maneira?
O que é moderno? O que é modernidade? Qual o papel da arte e da filosofia numa sociedade industrial contemporânea? Textos escolhidos e (ou) redigidos por Ronaldo Campos com o objetivo de pensar\problematizar a contemporaneidade utilizando como ferramenta a sensibilidade estética.
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
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Quem sou eu
- Arte, Filosofia e Modernidade
- Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil
- Graduado nos cursos de Filosofia e História pela Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FAFICH) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Mestre em Filosofia da Arte e Estética pela mesma Universidade. Atualmente sou professor assistente b do Centro Universitário de Belo Horizonte (UNI-BH). Tenho experiência na área de Filosofia, com ênfase em História e Filosofia da Arte, atuando principalmente nos seguintes temas: fundamentos filosóficos da educação, introdução ao pensamento científico e filosofia da ciência, cinema e artes visuais, aspectos formais da arte, criatividade, processo de criação, estética da formatividade de Luigi Pareyson, cultura e modernidade brasileira.
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