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sábado, 30 de janeiro de 2010

Canções de Paulo Vanzolini



Paulo Vanzolini
Composição: Paulo Vanzolini
Título: Amor de trapo e farrapo
Tudo errado mas tão gostoso
De dar arrepio na espinha
Amor de galo de rinha
Amor de arrancar toco
Amor de louco contra louca
Ciume e fogo nos olhos
Beijo, o fogo na boca
E o coração, incendio pleno
Amor veneno
Amor cachaça
Amor veneno
Amor pirraça
Amor debaixo d'agua
Amor no meio dos infernos
Amor de meter susto ao padre eterno
E ja se vë
So pode ser o amor de eu e vocë


Título: Finado de José
Paulo Vanzolini
Composição: Paulo Vanzolini
Apareceu uma mulher
Perguntando por José
Fez-se um silêncio geral e afinal
Uma voz triste falou
A senhora já veio tarde
José morreu de saudade
Dia quinze que passou (3x)
(2x)

A moça deu um gritinho,
Pôs a mão no coração,
Ficou branca como cera,
Caiu largada no chão
Mas ninguém não teve pena
Não tiveram não senhor
Por causa dessa mulher
Foi que se finou José
Dia quinze que passou (3x)
(2x)


Título: Bandeira de Guerra
Paulo Vanzolini
Composição: Paulo Vanzolini
Foi numa esquina da vida
Uma mulher em hora perdida
Um homem em ponto morto
Nessa base do tropeço e mal começo
Foi nascer contra a vontade este amor torto
Me admira ter vingado, quem diria
Que fosse loucura pra mais do que um dia
Na verdade quem diria que enxergasse a luz do dia
(2x)

Mas vingou e é coisa feita
Torto sim eu ostento
E ningém me endireita

Mulher já que Deus quer vamos em frente
Minha bandeira de guerra, meu pé de briga na Terra
Meu direito de ser gente
(2x)

Foi numa esquina da vida (...)

Mas vingou e é coisa feita
Torto sim eu ostento
E ningém me endireita

Mulher já que Deus quer vamos em frente (...)
(2x)

Como a programação de TV no Brasil é chata e sem criatividade












Como a programação de TV no Brasil é chata e sem criatividade

Durante quase todo o ano de 2009, involuntariamente vi e vivi no Caminho das Índias, entre Caras e bocas de um macaco chamado Xico, isto é, mesmo tentando fugir da programação de TV fui obrigado a vivenciá-la. Bastava eu ir até uma banca de jornal para saber tudo sobre a mocinha da novela de Glória Perez. Ou então, quando usava o transporte coletivo sempre me deparava com assuntos ligados a televisão. Resolvi abandonar toda essa modernidade urbana durante as férias de verão. Assim, nesse último mês de Janeiro, viajei pelo Brasil. Conheci o sertão de Caldas do Jorro, de Euclides da Cunha... Durante quase um mês, não vi o que a rede Globo, o SBT ou qualquer outra. Eu sobrevivi sem celular e sem televisão. Mas, quando voltei fiquei chocado. Como a programação de TV é chata, tudo parece estar marcado pelo politicamente correto, pela falta de criatividade... As emissoras funcionam como se fossem "os diferentes iguais", eu explico: a Record se diz diferente, contudo faz a mesma coisa que a Globo (só que infinitamente pior).

Com isso, não quero dizer que a tv deva ser queimada em praça pública. Devemos buscar um outro tipo de televisão e programação. Nesse sentido, há uma saída. E encontrei essa saída assistindo, por exemplo na TV Senac um programa em homenagem ao Paulo Vanzolini, no meio de clássicos como Ronda, na voz da insuperável Márcia, apareceu uma música chamada Juízo Final (não é aquela de a nossa saudosa Clara Nunes gravou). A letra é politicamente incorreta, mas fala aquilo que gostaríamos de dizer quando sofremos a dor de uma separação.

Uma certeza ficou: a Globo e Cia fazem uma programação sem criatividade, uma vez que quem assiste também é sem criatividade e não está aberto ao novo, ao diverso, ao complexo. Eu sei que é uma conclusão rasteira, mas de fato é o que ocorre.

JUÍZO FINAL
No ultimo dia da vida
Despedi-me dos meus pecados
Uns maiores, outros menores
Mas no geral bem pesados
Do outro lado, somente
A ingratidao que sofri
O anjo pôs na balanca e vestido de branco eu subi.

Agora só toco harpa
De camisola e sandália
Espio pra ver la' embaixo
A quadrilha da fornalha
Aquela ingrata hoje está
Trabalhando de salsicha
Espetadinha no garfo
Satanas fritando a bicha.
Ô Demônio, capricha...

Se quiser ouví-lo, pergunte-me como

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Pedro Bial fica triste com a saída da letra S de simpatizante e com a introdução da sigla LGBT

Sempre que se fala do jornalismo produzido pela rede Globo somos levados a pensar num profissional que (antes de fazer qualquer pergunta ou apresentar qualquer informação) busca verificar a origem da informação ou do dado (ou ainda que tenha feito uma pesquisa sobre o assunto que irá abordar). Mas tal (pré)conceito só existe na nossa cabeça, uma vez que todos os dias exemplos contrários são apresentados pela grande emissora nacional.
Para citar um exemplo, gostaria de lembrar um fato ocorrido recentemente no BBB10. Em tal programa surgiu uma discussão acerca das siglas GLS e LGBT. Falaram da supressão da letra S (simpatizantes) que (segundo alguns participantes) todos temos que ser simpáticos a causa da diversidade de orientações e das múltiplas sexualidades. Mas, o fato é nem o apresentador conhece a história dessas siglas, muito menos o motivo que levou a substituição da nomeclatura GLS por LGBT. E nós estamos falando de um jornalista extremamente culto e de dois membros do universo gay brasileiro.
O que mais me incomoda que a falta de uma informação correta faz com que a desinformação do apresentador / produção do programa / participantes se torne a verdade.
Para combater a desinformação, gostaria de apresentar alguns dados.
A onda simpatizante em terras brasileiras teve inicio no festival Mix Brasil, em outubro de 1994. Na década de 90, por incrível que pareça, muitas pessoas não viam com bons olhos nenhum tipo de evento destinado para o público gay. Para muitas pessoas, um evento gay era algo negativo, meio marginal, onde, a tradicional família brasileira não podia ir. Entao, para abrir espaço nos mais diferentes tipos de mídia, conseguir público fora do universo gay e obter um status de modernidade, o tal festival (que para muitas era um espaço de manifestações através do áudio visual das mais variadas sexualidades) anunciou em alto e bom tom que era um evento voltado para o público GLS.
Eu não preciso dizer que todos naquela época queriam saber quem ou o que era GLS. Essas três letrinhas conseguiram conquistar mais simpatia do que o próprio festival e se espalharam por todos o Brasil.
Será que ninguém se lembra mais das famosas camisetas com essas três letras? Elas foram lançadas numa época em que o São Paulo Fashion Week se chamava Phytoervas Fashion Week, num desfile outono-inverno, pela grife Divas. Com três variações: cada t-shirt com uma das letras maiores, de acordo com a orientação sexual de quem a usa. Tais camisetas eram disputadíssimas no Mercado Mundo Mix.
Eram camisetas que podiam variar de acordo com a orientação do usuário, ou seja, se a pessoa fosse gay, a letra G era representado num tamanho muito maior do que as outras. De todas as camisetas, as que fizeram mais sucesso foram as que tinha a letra S com mais destaque. Uma pequena pesquisa, em jornais da época, pode mostrar, por exemplo, fotos de personalidades como Joyce Pascowitch com uma dessas camisetas tendo em destaque o S de simpatizante.
A sigla GLS não foi registrada, pois a idéia é que todas a utilizassem, criando espaços mais plurais, onde houvessem respeito pelas diferenças.
Nesse sentido, a sigla GLS era muito mais comercial. Eu sei que tal sigla tornou o universo LGBT muito mais visível e ajudou a quebrar alguns preconceitos. Naquela época, pessoas (os chamados simpatizantes) descobriram lugares como as boites Le Boy (no Rio de Janeiro) e eventos como o Mercado Mundo Mix. Isso foi importante para tirar da mente das pessoas que o mundo gay não era apenas marcado pela marginalidade.
E ela não conseguia representar todo o panorama sexual desse grupo, afinal de contas só existem gays e lésbicas? E as transexuais? E os travestis? E os bissexuais? Esse foi o motivo que levou a substituição da sigla GLS por LGBT.

Quem sou eu

Minha foto
Belo Horizonte, Minas Gerais, Brazil
Graduado nos cursos de Filosofia e História pela Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FAFICH) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Mestre em Filosofia da Arte e Estética pela mesma Universidade. Atualmente sou professor assistente b do Centro Universitário de Belo Horizonte (UNI-BH). Tenho experiência na área de Filosofia, com ênfase em História e Filosofia da Arte, atuando principalmente nos seguintes temas: fundamentos filosóficos da educação, introdução ao pensamento científico e filosofia da ciência, cinema e artes visuais, aspectos formais da arte, criatividade, processo de criação, estética da formatividade de Luigi Pareyson, cultura e modernidade brasileira.